Faz alguns meses eu me mudei para um mundo mágico. Um lugar que eu já descrevi aqui como rubicundo. É um mundo de pinguim feliz. De impulsos irresistíveis. De tanta vontade que o desejo vira um verbo conjugável. E o braço só serve pra fazer laço.
Todo mundo pode viver nesse mundo mágico. Mas não é que você chega e pede pra entrar. É ele que entra em você, normalmente sem pedir antes. Quase sempre sem dar aviso. E daí é só se deixar levar-levinho.
Aqui neste mundo tudo é mais gostoso. O idioma oficial é o cafuné. E as pessoas falam pouco, porque quase sempre estão com a boca ocupada em demorados beijos. Ao chegar, você é rebatizado. E temos muitos xarás por aqui. É que quem rebatiza é quem trouxe você pra cá, e essas pessoas têm predileção por nomes como xuxu, linda, gata, amor e por aí vai, porque aqui ninguém tem medo de ridículo e os apelidos-amorecos são liberados.
Mas ao mesmo tempo em que é rebatizado, você rebatiza a pessoa que trouxe você. Nessa hora dá uma certa confusão, você fica um pouco sem saber se foi ela que trouxe você ou você que trouxe ela. Mas é fácil entender isso aí. É só olhar pra entrada: aqui todo mundo entra de dupla e pisa nesse território mágico no exato mesmo segundo, aquele segundo inesquecível, em que a mágica acontece. Aquele segundo que você sempre relembra quando vai contar pra alguém como foi que a gente se conheceu. (Nesse caso, por incrível que pareça, esse aqui.)
Não tem quem-trouxe-quem. Então é só aproveitar que o cheiro é doce, o chão é fofo e o ar é macio. Aqui, há um fenômemo atmosférico muito particular: a força da gravidade, nessas bandas, incide apenas sobre o corpo só. Quando dois corpos de juntam, em um abraço, ela para de agir e a gente flutua. E quando vai acabando o abraço, a gente vai voltando devagarinho até o pé encostar no chão fofo de novo, plift, sem tranco, nem solavanco.
Tem uns outros fenômenos bem particulares daqui.
Aqui todo mundo é bonito, porque aqui você tem a cara que a pessoa que chegou com você aqui vê. E a pessoa que chegou aqui com você acha você lindo.
O tempo aqui é elástico e funciona assim: quando você está com ele, passa voando. Quando está longe dele, passa devagar sofrido e todo mundo só quer mesmo é saber de voltar pra perto de sua dupla e abraçar-apertado que é a pra gravidade sumir de novo e vamos nós lá pro alto.
Aqui ninguém respira, a gente suspira.
O corpo todo muda um pouco. Estamos em território de frios na barriga, arrepios gostosos e corações acelerados. É tudo tão à flor da pele que olhando assim até parece um grande jardim.
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Lindo!
poxa, que bonito! tão bom tá apaixonada, né? beijo!
que lindo, helô! me lembrou uma tirinha de Liniers…

Sim, Tainá!!! Eu vi essa tirinha esses dias. E achei ela linda demais. E fiquei com vontade de fazer a minha versão, em escrito, dela. <3<3
pois arrasou!
<3
Eh tao bom qdo um sentimento vira um lugar, neh…
Putz, é bom demais. É mágico mesmo
Ela merece! tum! tum! tum ! Ela merece! tum! tum! tum! :-)
<3 que coisa mais linda!!!
uma palavra: nhom! <3
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infatuated heloise!
plift! é genial. dá nome de blog
ô coisa boa!
Que vontadezinha de voltar a frequentar esse lugar de novo.
Às vezes acho que ele deixou de existir. Mas com o seu texto, vejo que ainda está lá ou por aí… do mesmo jeito lindo e gostoso que sempre foi.
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