“A Ponte Preta negociou o terreno onde fica o tradicionalíssimo Moisés Lucarelli com um consórcio que inclui a incorporadora e construtora Gafisa. O estádio se localiza em uma das regiões mais valorizadas da cidade. No local, serão erguidos um shopping center e um edifício.” (Leia mais aqui; a foto linda ali de cima é de Alexandre Battibugli)
Eu sou campineira e, portanto, ponte-pretana (nunca, de maneira alguma, confie em um bugrino). E estou em choque: o Moisés Lucarelli, a casa da macaca, o marco da cidade… vai virar shopping.
Estou sem palavras. É como se anunciassem a implosão do edifício Carolina, onde passei a infância. É como se concretassem todos os gramados do colégio Notre Dame. É como se o Pastéis Voga começassem a vender petit gateau. É como se a sede do Clube Cultura fosse transformada em templo evangélico. É como se a Lina Penteado, escola de balé, e a Squash Cleto virassem uma Runner e uma Competition. É como se o Giovanetti fosse comprado pela Devassa. Como se o restaurante Rosário virasse um Spoletto. É o fim.
Não que eu frequentasse o Moisés Lucarelli. Mas ele sempre estava lá. Por uns dois anos eu morei bem perto dele. E adorava ter esse diálogo:
– Onde você mora?
– Na Ponte Preta.
– Perto daonde?
– D’O estádio.
(olhares de admiração)
Quer dizer, nem era assim tão perto assim. Na verdade eu era vizinha do quartel. Mas quem vai falar em quartel quando pode citar o Majestoso? Agora acabou. Ninguém mais vai ser vizinho d’O estádio. No máximo vão poder dizer “moro perto de onde um dia, quando as coisas tinham alma, foi O estádio”.
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Ainda bem que o vô não está aqui para ver isso acontecer!!!